15 maio 2009

DEUS CRIA E CONTEMPLA!

O livro do princípio, o Gênesis, nos relata que quando Deus criou todas as coisas, ele se agradou do que viu – "E Deus viu que ficou bom" (1:10 – NVI); inclusive "muito bom", ao se referir à coroa da criação, o homem. O salmo 19 começa: "Os céus declaram a glória de Deus". Quer dizer, a Criação não só é bela como por si só também glorifica a Deus em sua beleza e magnitude. Esse mesmo livro dos salmos é finalizado com um imperativo, mas que também afirma: "Todo ser que tem vida louve (louva) o Senhor". Deus é louvado e glorificado em tudo o que existe e acontece não só porque de tudo Ele é Autor, mas como também a tudo sustenta.

Pensando nisso convido você a olhar para o mundo que está aí fora, para as pessoas, paras a artes, a natureza, a ciência e tudo o mais e se deixar encantar diante de um Deus tão criativo e excelente. Jesus já nos fez esse convite: "Observem as aves do céu... Vejam como crescem os lírios do campo...".

Os cristãos em nossos dias têm estado muito ocupados fazendo, fazendo e fazendo. O problema não é o fazer, mas o fazer que não desfruta. Deus cria e em seguida contempla. Ele cura e depois convida o ex-defunto para sentar-se à mesa. Ele chama Moisés no meio do vislumbre contemplativo do arbusto que não queima. Ele cria e continua criando para desfrutar (conosco) da sua criação. A negligência de uma espiritualidade contemplativa tem gerado cristãos utilitaristas, imediatistas e superficiais, obtusos no entendimento de que toda manifestação criativa – TODA – tem sua fonte no Deus criador.

Por tanto, trago à mente algumas oportunidades de contemplação. A leveza e a sincronia dos movimentos da bailarina carioca Ana Botafogo: beiram a perfeição. A potência reverberante dos três tenores, Domingo, Carreras e Pavarotti nos momentos finais da inesquecível Nessun Dorma. Para os mais jovens, o talento inconfundível do jovem guitarrista John Mayer. A poesia sensível e perspicaz dos saudosos Drummond e Vinícius. E um dos meus favoritos, alguém cuja obra sintetiza ainda hoje boa parte da genialidade musical do mundo, Antônio Carlos Jobim. O que fazer diante de tanta beleza, sensibilidade, criatividade e magnitude? Bem, não há nada a fazer, só contemplar e declarar: "A Deus toda Glória"!