18 junho 2010

A FELICIDADE NA COPA DO MUNDO

Domingo que vem, dia 20/6, vamos experimentar momentos de muita emoção e euforia. Jogo do Brasil na Copa do Mundo. A despeito do adversário, um evento assim é motivo suficiente para se reunir a família e os amigos, todos a plenos pulmões diante da transmissão ao vivo (não tão ao vivo pra quem recebe sinal digital!).

brasil-italia-robinho-elano[1]

Na semana passada experimentamos um momento muito divertido assistindo o jogo com amigos do coração. Todos os casais, seus filhos, panelas, cachorro e papagaio (olha o Galvao aí...) se reuniram para desfrutar de uma tarde deliciosa de comunhão. Sinceramente, há muito não tínhamos aquela oportunidade de juntar todos os membros das famílias em uma mesma programação. A alegria após os gols do Brasil era indescritível! Vuvuzelas e cornetas, por mais escandalosas que fossem, não abafavam os gritos de euforia daquela torcida familiar. Aos 48 minutos do segundo tempo o juíz apitava encerrando a partida. Mais cornetas e empolgação. Era tudo felicidade! Aos poucos, as crianças saíam para brincar em outro ambiente, os adultos entravam em outras conversas e o clima mais rotineiro voltava ao ambiente. Era a vida retornando de mais um de seus eventuais espasmos de frenesi: alguma hora, cessa o agito dos ventos que dá o gosto de aventura e o mar, como sempre, volta à calmaria.

Sobre essa intermitência, Mário Sergio Cortella, filósofo e educador, comenta em seu livro O que a vida me ensinou (Ed. Saraiva), 5898023_Ampliada[1] que felicidade não é um estado permanente, é algo que encontramos em alguns momentos da sua existência, importantes ou rotineiros – o nascimento dos filhos, a sonhada formatura, conquistas amorosas, ou um simples copo d’água gelado num dia de sol, uma música inspiradora quando este sol se põe ou, ainda, uma festa com a turma assistindo o jogo do Brasil na sala da casa!

Parece-me que Jesus tinha isso tudo em mente quando transformou água em vinho na festa de casamento em Caná da Galiléia (Jo. 2:1-11). Apesar de toda a profundidade teológica desta narrativa, a situação é simples: uma festa acontecendo, todos se divertindo – um espasmo de euforia no tempo e na vida ordinária daquele povoado. De repente, o vinho acaba! Não há festa sem vinho, que trágico! Jesus, como diria meu amigo Stênio Marcius, o “Amigo da festa”, não deixa por menos. Apresenta o novo vinho a partir das bacias de água que os judeus usavam para os rituais de purificação. Quão sugestivo para nós: os instrumentos da vida ordinária, colocados (transformados) a serviço da celebração da vida extraordinária, a festa.

Nos momentos que fogem à rotina, como na grandiosidade de uma festa de casamento, Jesus nos apresenta à felicidade. E nos momentos ordinários do dia-a-dia, impregnados pelas cores opacas de uma rotina sem graça, jaz o nosso grande desafio de encontrar, a partir da presença desse Deus que a tudo colore, as coisas simples que também nos enchem o coração de alegria. A exemplo de um nascente grupo cujos membros “partiam o pão em suas casas, e juntos participavam das refeições, com alegria e sinceridade de coração” (At. 2:46).

Toque muita corneta hoje ao primeiro gol do Brasil, você só fará isso de novo daqui há quatro anos; mas não esqueça de celebrar também nas coisas simples do cotidiano a presença de Jesus. Tanto no gol que nos emociona a cada Copa como na singela refeição da segunda-feira. Ele mesmo é quem nos ensina que a felicidade estará sempre na soma dos momentos grandes e pequenos que desfrutamos ao seu lado.

1 Comments:

Blogger Nara Guimarães said...

Bom texto Mário..gostei de ler..bjos!

3:50 PM  

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