Társis ou Nínive
Jonas se dispôs, mas para fugir da presença do SENHOR, para Társis; e, tendo descido a Jope, achou um navio que ia para Társis; pagou, pois, a sua passagem e embarcou nele, para ir com eles para Társis, para longe da presença do SENHOR. (Jonas 1:3)
Por que razão alguém gostaria de estar longe da presença do Senhor? Essa é a pergunta com a qual o Rev. Eugene Peterson (um dos mais respeitados autores cristãos de nossa época com mais de 30 anos de ministério) dá início ao seu livro “À sombra da planta imprevisível”, publicado pela United Press, 2001, e que estou lendo.
Jonas recebe seu chamado para ir à Nínive, cidade pagã, idólatra e promíscua. Cidade de gente com nariz empinado, auto-suficiente e cheia de problemas. Descontente com essa missão, compra a passagem para Társis, ou Gibraltar, ou Espanha – algum lugar naquela direção genérica. Era o fim do mundo; os portões da aventura. Lugar longe da presença de Deus.
O profeta havia tido uma experiência com Deus (“Veio a palavra do SENHOR a Jonas... dizendo:” 1:1). Percebe-se, desde o Éden, com impressionante regularidade, uma tentação de reproduzir a experiência com Deus, agindo como Deus. Explica Peterson: “O gosto por Deus torna-se numa ambição de tornar-se Deus. (...) Assim que eu começo a cultivar a possibilidade de adquirir este tipo de poder e glória para mim mesmo, certamente vou evitar olhar para a face de Deus, fugir da presença do Senhor, e procurar um lugar onde eu possa desenvolver meu orgulho e adquirir poder.” Társis é esse lugar de prazer. O prazer seguro de não ter que depender daquilo que não vejo, para passar a cuidar de mim do meu próprio jeito.
A idéia de Nínive é repugnante: muito trabalho, gente ingrata, situações que fogem ao controle, sucesso improvável. Para esse tipo de projeto, faz-se necessária a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não vêem. E cá entre nós: viver “pela fé” é difícil! Társis é bem mais seguro.
Entretanto, feliz é o homem cujos passos são orientados pelo Senhor! Nínive é a direção; Társis, o conforto. Nínive é a vontade orientada; Társis, o desejo manipulado. Nínive é o lugar feio que realiza; Társis, o paraíso que frustra. Mais do que pontos geográficos, Társis e Nínive são posturas de vida: buscar sempre o caminho mais fácil ou “ralar” para estar no centro da vontade de Deus.
Que o Senhor nos ajude a não fugir da Nínive que se coloca diante de nós a cada dia.
Amém.
Por que razão alguém gostaria de estar longe da presença do Senhor? Essa é a pergunta com a qual o Rev. Eugene Peterson (um dos mais respeitados autores cristãos de nossa época com mais de 30 anos de ministério) dá início ao seu livro “À sombra da planta imprevisível”, publicado pela United Press, 2001, e que estou lendo.
Jonas recebe seu chamado para ir à Nínive, cidade pagã, idólatra e promíscua. Cidade de gente com nariz empinado, auto-suficiente e cheia de problemas. Descontente com essa missão, compra a passagem para Társis, ou Gibraltar, ou Espanha – algum lugar naquela direção genérica. Era o fim do mundo; os portões da aventura. Lugar longe da presença de Deus.
O profeta havia tido uma experiência com Deus (“Veio a palavra do SENHOR a Jonas... dizendo:” 1:1). Percebe-se, desde o Éden, com impressionante regularidade, uma tentação de reproduzir a experiência com Deus, agindo como Deus. Explica Peterson: “O gosto por Deus torna-se numa ambição de tornar-se Deus. (...) Assim que eu começo a cultivar a possibilidade de adquirir este tipo de poder e glória para mim mesmo, certamente vou evitar olhar para a face de Deus, fugir da presença do Senhor, e procurar um lugar onde eu possa desenvolver meu orgulho e adquirir poder.” Társis é esse lugar de prazer. O prazer seguro de não ter que depender daquilo que não vejo, para passar a cuidar de mim do meu próprio jeito.
A idéia de Nínive é repugnante: muito trabalho, gente ingrata, situações que fogem ao controle, sucesso improvável. Para esse tipo de projeto, faz-se necessária a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não vêem. E cá entre nós: viver “pela fé” é difícil! Társis é bem mais seguro.
Entretanto, feliz é o homem cujos passos são orientados pelo Senhor! Nínive é a direção; Társis, o conforto. Nínive é a vontade orientada; Társis, o desejo manipulado. Nínive é o lugar feio que realiza; Társis, o paraíso que frustra. Mais do que pontos geográficos, Társis e Nínive são posturas de vida: buscar sempre o caminho mais fácil ou “ralar” para estar no centro da vontade de Deus.
Que o Senhor nos ajude a não fugir da Nínive que se coloca diante de nós a cada dia.
Amém.
3 Comments:
UMA PERGUNTA SOBRE A CIDADE DE NINIVE ERA .PORQUE DEUS ESTAVA INTERESSADO NAQUELAS PESSOAS?NÃO ERA EXATAMENTE AS MELHORES PESSOAS E DEUS PEDIU QUE SE ARREPENDESSEM E ASSIM FOI.NÃO DEVEMOS JULGAR AS PESSOAS O EX COMO O QUE VC COLOCOU NO SEU BLOG MOSTRA QUE TODAS RELIGIÕES OU PESSOAS QUE FAZEM SUA VONTADE É ACEITAVEL PARA ELE.AI SÓ NOS RESTA SABER ,SERÁ QUE SABEMOS QUAL É A VONTADE DELE E SERÁ QUE REALMENTE ESTAMOS FAZENDO ISSO?OU ESTAMOS FAZENDO A NOSSA VONTADE? PARABENS PELO BLOG BOA EXPLANAÇÃO DO ASSUNTO.
Que lindo, essa palavra! Nòs enquanto igreja precisamos afinar os nossos ouvidos com a voz do Espirito Santo, e entender que existe uma chamada de Deus para nossas vidas e que para viver esse chamado precisamos andar pela fé.
Quando o homem cai na agenda de Deus , por mais que tentamos fugir, mais cumprimos o propósito.
Deus usou Jonas até dentro do navio.
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