16 dezembro 2007

A MOTIVAÇÃO NASCE NOS OLHOS

O poeta afirmou certa vez que os olhos são as janelas da alma. Jesus – o Grande Poeta, nas palavras de Guilherme Kerr – disse que se nossos OLHOS fossem maus, todo o nosso corpo estaria em trevas (Mt. 6:23). As pessoas e suas motivações são denunciadas por seus próprios olhos. Não há como esconder um semblante abatido quando se cruzam olhares sinceros; pode-se tentar adiar a percepção, mas nunca evitá-la; é só uma questão de tempo.


Aquilo que fazemos é e será sempre reflexo daquilo que somos. Não me refiro às atividades do dia-a-dia somente, mas acima de tudo, às nossas atitudes diante da vida. Sempre agimos motivados por algo; ora por aquilo em que acreditamos, o que trará prazer e realização; ora pelo que é imposto, o que nos faz viver como se estivesse faltando algo.


Você pode vir a este lugar todos os domingos acreditando que sua vida melhorará, seus filhos serão bem ensinados nos caminhos de Cristo e, na interação com o próximo e com Deus, você significará sua existência, angariando forças para a caminhada. O "vir à Igreja" para você é motivado por uma finalidade, "eu quero melhorar minha vida". Mas você também pode vir à Igreja simplesmente porque na sua casa todos vão e têm como valor indiscutível a premissa de que ir à Igreja não só é bom, como é o certo a se fazer. Você está, por tanto, motivado por um valor familiar. Mas você também pode vir à igreja porque nela se encontram todos os seus amigos, namorado(a) e ainda é um bom lugar para "desopilar" as agruras da sua vida. Daí vemos uma motivação mais afetiva, emocional. Por fim,
à semelhança da grande maioria, você pode ir à Igreja aos domingos porque a sociedade ao seu redor já incorporou essa prática como algo bom, saudável e esperado; o "ir à Igreja" é assimilado por você como uma prática social comum. É a motivação tradicional.


Essas categorias de motivações à ação foram criadas pelo sociólogo alemão Max Weber, enquanto desenvolvia seu método de estudo e compreensão da sociedade. O mais interessante, contudo, é a constatação de que todos nós somos motivados à uma prática social, seja ela qual for, por um pouco de cada uma das quatro citadas (finalidades, valores, afetivo e tradicional). Pode haver, contudo, a predominância de uma dessas motivações sobre as demais.


É certo que minhas motivações se constroem a partir da percepção que tenho da realidade que me cerca. Analiso seus valores, prioridades e tento me enquadrar elegendo aquilo que deve ser considerado e acreditado, bem como aquela prática que deve ser feita, adiada ou abandonada. A percepção do mundo ao meu redor, então, será determinante para a construção de motivações legítimas que hão de respaldar ações relevantes, transformadoras e eternas. A essa percepção, Jesus deu o nome de OLHOS.