23 outubro 2008
20 outubro 2008
MEIAMARATONA INTERNACIONAL DO RIO DE JANEIRO 2008
Terminei a meia-maratona internacional do Rio de Janeiro. Cansei, e muito, mas ainda fui melhor do que meu antigo tempo; consegui superá-lo em 3 minutos, completando os 21Km em 1h56min. A despeito dos pormenores da prova como freqüência cardíaca, ritmo de minutos por quilômetro, estratégias e etc, pude tirar algumas lições preciosas para minha vida pessoal com Deus e, conseqüentemente, com tudo ao meu redor.
Primeiro, o valor surpreendente da disciplina. Meses a fio lutando contra o sono na hora de levantar para o treino, contra o apetite voraz nas horas de controlar a dieta; batalhas que pareciam intermináveis, mas que, vencidas, me impulsionaram para um estágio além na minha capacidade física. Mais do que cruzar uma linha de chegada, completar essa prova para mim foi viver na superação dos meus limites. Não há como se desenvolver em algo sem esforço e disciplina. Uma caminhada com Deus é da mesma forma. À semelhança do exercício físico, a constância da disciplina espiritual a transforma. É bom perceber que repentinamente, em algum momento da caminhada, ela vira um hábito saudável. Estudar a Palavra e desfrutar de intimidade com Deus, por exemplo, deixa de ser uma tarefa ao longo do dia para se tornar parte inerente ao meu próprio dia.
Segundo, pra melhor ou pra pior as circunstâncias sempre mudam. A largada estava marcada para 9h15, por isso estive treinando debaixo de sol a pino. A meteorologia, contudo, previu céu encoberto e temperaturas amenas (18-20oC) para o dia. Como já era de se esperar, a situação mudou e o sol esquentou muito até o final, o que complicou a prova para muitos. Fiquei feliz por ter-me preparado; outros não! Na história do filho pródigo, contada por Jesus, podemos ler que nos dias de farra, vivendo como “rei” e gastando tudo de maneira inconseqüente, “sobreveio àquele país uma grande fome e ele começou a passar necessidade” (Lc. 15:14). Por essa o rapaz não esperava! Na instável e incerta dinâmica da vida, precisamos da estabilidade de um relacionamento sério com Deus. Entenda-se por “sério” não uma relação apegada aos atos religiosos de freqüentar igreja e cumprir deveres religiosos e morais, mas, sobretudo, uma relação que concebe Deus no todo do dia; quer na igreja, quer dentro de casa, quer nas decisões do trabalho, quer nos momentos distraídos de lazer. Assim, diremos como o apóstolo Paulo: “aprendi a estar contente em toda e qualquer circunstância” (Fp. 4:11).
Terceiro, o valor inestimável do companheirismo. A sabedoria judaica, nas palavras de Salomão, afirma: “É melhor que sejam dois do que um...” (Ec. 4:9). Meu parceiro de corrida, amigo-irmão, foi determinante para a minha conclusão da prova. A partir do quilômetro 19 ele praticamente “me puxou” até a chegada com palavras de motivação. “Quão bom agradável é que os irmãos vivam em comunhão”, diz o salmista (133:1). Não se experimenta uma vida saudável se não for na realidade de relacionamentos saudáveis. Por isso a palavra de Deus está tão cheia de mandamentos chamados recíprocos (“consolem-se uns aos outros”, “instruam-se uns aos outros”, “perdoem-se”, “cuidem-se”, “motivem-se” e tantos outros).
Essa corrida foi um deleite para mim, um presente de Deus. Mas, como “pra frente se anda”, sigo agora com as palavras de um outro pastor conhecido em mente: “Mario, cruzar a linha de chegada de uma Maratona inteira (42K) é uma sensação indescritível!” Não tem mais jeito, fui picado pelo mosquitinho! Na força do Senhor, chego lá!